Açude de Boqueirão chegou ao pior nível histórico até começar a receber águas da transposição do Rio São Francisco.
A pequena balça abandonada à margem do açude está parcialmente submersa pela água. Outras maiores ficam encalhadas no barro seco e rachado, nem cordas são necessárias para levá-las dali. As embarcações que seis anos antes da seca histórica na Paraíba carregavam quilos de peixes, hoje estão abandonadas. Poucos trabalhadores ainda sobrevivem da pesca na água barrenta do volume morto do açude Epitácio Pessoa, conhecido como Açude de Boqueirão, no Cariri.
Segundo a presidente da Colônia de Pescadores de Boqueirão, Maura Araújo, há 4 anos a cidade tinha 800 pescadores filiados. Em 2017, o número diminuiu para 600. Destes, cerca de 400 continuam em atividade e pelo menos 100 pescam atualmente apenas em outras regiões.
O pescador José Antônio dos Santos, 29 anos, vive exclusivamente desta atividade. Morador da cidade de Boqueirão, ele herdou a profissão do pai e desde os primeiros anos de vida já embarcava em busca de peixes. Hoje pai de três filhos, é com sacrifício que ele tenta sustentar a família retirando pescando os poucos peixes que ainda restam no açude, que está com 3% do volume e começa a receber água da transposição do Rio São Francisco.
Comentários
Postar um comentário