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Água da transposição muda visual, mas efeitos da seca ainda continuam na Paraíba


O chão no leito do Rio Paraíba rachado pela seca estala a cada centímetro 
que vai sendo molhado pelas águas da transposição do Rio São Francisco. 
Há cinco anos não passava água em abundância por aqui. De cima de uma 
rocha, sentados, um grupo de moradores assiste à água chegando, enchendo 
poços e seguindo seu rumo. A cidade é Cabaceiras, no Cariri paraibano, que
 tem o pior índice pluviométrico do Nordeste do Brasil. O impacto visual da
 água passando é forte, mas ainda vai levar um tempo para que os efeitos 
de seca cessem.
A imagem da água passando pelo chão rachado foi capturada no sítio 
Jacaré, na zona rural do município, quando ela passava pelos últimos 
quilômetros antes de entrar na bacia do açude Epitácio Pessoa, conhecido 
como açude de Boqueirão, que está com apenas 3% da capacidade total.

Há 37 dias, as águas da transposição do Rio São Francisco chegaram ao 
estado da Paraíba, através da cidade de Monteiro no Cariri paraibano. Por 
onde tem passado, a água tem causado uma impacto em meio à devastação.


O agricultor Tiago Guimarães, 27 anos, mora no sítio Jacaré e nos últimos 
dias ficou monitorando o rio para acompanhar o momento da chegada “Pra
 ser sincero eu pensei que ia demorar mais. Por causa que aqui estava muito 
seco. Mas graças a Deus chegou. Faz muitos dias que essa água estava 
para chegar e ficava todo mundo olhando (o rio). É muito bom ter uma água
 que vai servir para beber, para dar aos bichos, plantar milho, feijão”, disse ele.

Água ainda não pode ser usada

Apesar da boa expectativa, a água que chega ainda não pode ser usada, 
pois precisa passar por tratamento. Também ainda está proibida a utilização 
da água para irrigação. A Agência Executiva de Gestão das Águas da 
Paraíba (Aesa) está fazendo o cadastramento das famílias que moram a
 margem do leito do Rio Paraíba. “Quando o problema de abastecimento 
humano for resolvido, essas famílias vão pode usar a água através de 
outorgas que serão cedidas”, disse o presidente da Aesa, João Fernandes.

Abastecimento humano

Já o gerente regional da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba
 (Cagepa), Ronaldo Menezes, explica que, com a chegada das águas
 da transposição ao açude de Boqueirão, o reservatório deve levar de 
dois meses e meio a três meses para sair do volume morto. Nesta ultima 
quarta-feira (12), o açude está com apenas 3% da capacidade total.
 O volume morto começa quando o nível está abaixo de 8,2%.



“O período que isso será atingido depende da vazão de chegada das águas 
do Rio São Francisco. Considerando uma vazão de 7 m³ [de água] por 
segundo, esse tempo será de dois meses e meio a três meses”, explica 
Ronaldo Menezes.

Chegada a Boqueirão

As águas da transposição do rio São Francisco começaram a chegar 
à bacia hidráulica do açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão,
 na madrugada desta ultima quarta-feira (12). O açude está com apenas 3%
da capacidade total e os órgãos públicos já temiam um colapso no 
abastecimento, caso o manancial continuasse sem receber recargas.



João Fernandes dá crédito à chuva pela água já ter chegado à bacia. 
"De ontem para hoje [as águas] andaram apenas 3 km. Ainda não temos
 previsão de quando as águas vão se encontrar", disse, mencionando a 
chegada da água ao espelho d'água, que fica a 16 km do local onde a
 água chegou pouco depois da meia-noite.
A chegada da água a Boqueirão ocorreu dentro do prazo estimado pela
 Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). A previsão 
era que, após ter chegado a Monteiro, na Paraíba, ela levasse de 30 a 
45 dias para chegar Boqueirão, mas o encontro das águas do São Francisco
 com as de Boqueirão ocorre 35 dias após a chegada em Monteiro.

A transposição

A água da transposição do Rio São Francisco chega a cidade de Monteiro,
 na Paraíba, através do eixo leste. Neste trecho, a água é captada na cidade
 de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e viaja por 208 quilômetros até 
chegar a cidade paraibana. As águas chegaram a Monteiro, no dia 8 de 
março deste ano. Em menos de um mês, o primeiro açude a receber as 
águas já começou a sangrar.


A água captada do Rio São Francisco passa por seis estações elevatórias
 de água, cinco aquedutos, 23 segmentos de canais e ainda 12 reservatórios.
 A criação dos reservatórios é beneficiar as comunidades onde foram 
construídos e também garantir que a água não pare de correr pelos canais, 
caso seja necessário fazer algum reparo no trecho.
Os 12 reservatórios são: Areais, Braúnas (o maior deles, com capacidade
 para mais de 14 milhões de metros cúbicos de água), Mandantes, 
Salgueiro (5,2 milhões de m³), Muquem, Cacimba Nova, Bagres, Copití, 
Moxotó, Barreiro, Campos (o segundo maior com 8 milhões de m³) e 
Barro Branco.

Passagem da água na Paraíba

Depois de chegar a Monteiro, as águas do “Velho Chico” vão para o Rio 
Paraíba e através dele segue pelos açudes de São José I e Poções, 
ainda na cidade de Monteiro; pelo açude de Camalaú; pelo açude de 
Boqueirão; pelo açude de Acauã, em Itatuba; pelo açude de Araçagi e 
depois segue para um perímetro irrigado no município de Sapé.
O açude São José I já está sangrando com a chegada das águas da 
transposição do Rio São Francisco. Já o açude Poções está com um
 volume de 6,6%, o açude de Camalaú está com 14,4%, o açude de
 Boqueirão está com 3%, o açude de Acauã está com 5,3% e o açude de 
Araçagi está com 71,3%.


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